A forma hexagonal perfeita das células do favo de mel – que se pensava ser uma façanha incrível dos insetos – agora foi explicada pela mecânica simples.
Os cientistas sempre estiveram maravilhados com a perfeição angular do favo de mel, mas nenhum foi capaz de descrever claramente como ele se forma. Engenheiros do Reino Unido e da China deram um passo a frente, mostrando que as células na verdade começam como círculos, moldados pela forma do corpo de uma abelha, e então o fluxo segue para o padrão hexagonal alguns segundos depois.
“As pessoas sempre especularam como as abelhas formam esses favos de mel”, disse Bhushan Karihaloo, engenheiro da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, e coautor do estudo, citando Galileu Galilei e Johannes Kepler como dois dos luminares mistificados pelo problema. “Houve algumas explicações incríveis, algumas até um pouco bizarras. Algumas pessoas acreditavam que as abelhas tinham uma incrível capacidade de medir ângulos, mas na verdade é muito mais simples”.
Usando um favo de mel cultivado em um centro de pesquisa em Pequim, os pesquisadores foram capazes de afastar cuidadosamente as abelhas e fotografar as colmeias vazias segundos após a formação dos favos, proporcionando a primeira evidência clara de que as células começam naturalmente como círculos. Eles então observaram as abelhas no aquecimento da cera após a formação inicial da célula – um fenômeno identificado em estudos anteriores, mas nunca analisado em detalhes – e descobriram que este é o passo fundamental no formação do hexágono para o favo de mel.
Ao aquecer as células, a cera se torna fundida e flui como lava. Depois disso, as paredes das células naturalmente entram em queda e assumem a forma de um hexágono, como bolhas adjacentes em um banho. Esta é fisicamente a maneira mais simples e estável para os cilindros se fundirem, explica Karihaloo.
A equipe ainda não sabe exatamente como funciona o aquecimento de cada célula, e explorou a mecânica de dois cenários plausíveis: um em que as abelhas concentram o calor só nos pontos das células se tocam (um total de seis pontos por célula), e outro em que as abelhas aquecem a célula inteira de uma vez.
“Minha impressão é de que a natureza tenta minimizar o gasto de energia e, a partir desse ponto de vista, eu acho que o primeiro cenário é o mais provável”, disse Karihaloo. “Mas, por outro lado, do ponto de vista das abelhas, elas podem apenas querer esquentar a célula toda”.
Fonte:Hypecience
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