Criação de Curió para principiantes – Procedimentos básicos e essenciais.
Mês de setembro chegando, início do período reprodutivo dos curiós, mãos a obra amigos, vamos reproduzir filhotes.
Esse artigo destina-se exclusivamente aos criadores amadores de curió, sem conhecimento nenhum sobre criação de curiós, aos marinheiros de primeira viagem, que estão se iniciando neste hobby apaixonante, que possuem um ou mais fêmeas de curió e um ou mais curiós galadores.
Criar curió é uma arte que requer muita dedicação e tempo do criador, não é difícil, mas requer alguns procedimentos que necessariamente tem que ser adotado para alcançar o tão sonhado sucesso.
Criar canários belgas é relativamente fácil, basta deixar um casal em cada gaiola criadeira e esperar as ninhadas, não requer tantos cuidados do criador.
Já a criação de curiós requer inicialmente muita dedicação e tempo disponível do criador, além de que sejam adquiridas fêmeas de curió jovens e saudáveis, dando a elas uma alimentação balanceada, trocar a água todos os dias, de preferência água filtrada ou mineral, verduras uma a duas vezes por semana, tipo couve, almeirão, chicória e milho verde.
Duas vezes por semana durante o período de manutenção e todos os dias durante o período reprodutivo, gema de ovo cozido durante 20 minutos, moído com um garfo ou passado em uma peneira de chá na farinhada industrializada, encontrada a venda em casa que vende produtos para pássaros. A medida é uma colher de farinhada para cada gema de ovo cozido, devendo ser preparada a mistura todos os dias e ser substituído a cada 6 horas. Nunca servir mistura de gema de ovo/farinhada do dia anterior.
As fêmeas de curió devem ficar em um lugar sossegado da casa, ou seja, em um cômodo onde não haja barulho, tipo TV ligada, rádios ou CD Player ligados com som alto, crianças fazendo algazarras ou animais domésticos (cães, gatos). Se possível em um cômodo da casa destinada somente para esse fim.
Todos os dias de sol, colocar as fêmeas durante uma hora, de preferência bem cedo para tomar banho de sol. Os raios solares produzem Vitamina D aos pássaros, essencial para todos os pássaros e principalmente para fêmeas criadeiras.
Colocar sobre a gaiola um pedaço de pano ou papelão, para que faça sombra em parte da gaiola, pois em caso de sol muito quente o pássaro saberá o momento certo de ficar no sol ou na sombra.
Saliento aos amigos criadores, que nem sempre as fêmeas são todas boas criadeiras, algumas fêmeas tem manias e atitudes atípicas, ou seja, são agressivas e não aceitam o galador; não pedem gala; botam fora do ninho; botam e não chocam os ovos; comem os ovos; derrubam os ovos ao sair bruscamente do ninho; chocam os ovos e após nascer os filhotes não os alimenta, e até o caso de uma fêmea de um amigo meu que chocava os ovos durante o dia e a noite abandonava o ninho para dormir no poleiro, vindo a *“gorar” os ovos galados.
*Gorar: por falta de calor, os filhotes não se desenvolvem e morrerem no ovo.
Nesses casos, fêmea que bota e não choca os ovos, pode ser migrado tais ovos para outra fêmea que esteja chocando.
Fêmea que não alimentam os filhotes pode ser substituída por outra fêmea de curió que seja boa tratadeira (mãe de leite), a qual alimentará os filhotes até eles começarem a se alimentar sozinhos.
Para fêmea que derrubam os ovos ao sair bruscamente do ninho, pode ser usado ninhos com uma profundidade maior.
Mas cada caso é um caso e geralmente as fêmeas mansas acostumadas com o ambiente doméstico onde vivem e alimentadas adequadamente, são boas criadeiras.
Durante o período reprodutivo, ministrar as fêmeas vitamina E, encontrado a venda em comércios onde vendem produtos para pássaros. Ministrar conforme indicação da bula.
Lembre-se sempre amigo, fêmeas boas criadeiras não estão à venda. Criadores que possuem fêmeas boas criadeiras não disponibilizam a venda. O essencial é adquirir fêmeas filhotas, até três meses de idade e com paciência, esforço e dedicação, prepará-las para serem em um ano boas fêmeas criadeiras.
Quanto ao curió galador, tem que estar preto, em torno de um ano e três meses de idade. A idade essencial para um curió se destacar como um exímio galador é a partir dos quatro anos de idade, porém nada impede de curiós com idade inferiores a isso serem empregados como galadores. Há casos de curiós pardos que são galadores, raras exceções, tudo depende do libido e genética do pardo.
Há curiós pretos, que mesmo sendo excelentes no canto, não são galadores. Isso pode ter sido ocasionado devido a excesso de produtos vitamínicos ministrados a ele, que o deixou estéril, por isso, não ministre exageradamente medicamentos ou polivitamínicos ao seu curió, pois poderá deixá-lo impotente (estéril). Essa dica serve também às fêmeas. Outro caso para curió preto não ser galador, caso mais comum, prende-se ao fato de ter sido colocado com fêmea agressiva, que na tentativa de galar, é agredido por ela, isso faz com que esse curió fique intimidado e nunca mais na vida tenha coragem de galar uma fêmea.
Para dar um curso de formação ao curió galador é relativamente fácil, basta criar o filhote macho sem ver fêmeas de curió até ficar pintado ou maracajá. Após isso, mostrar ele a fêmea por alguns minutos durante o dia e em seguida deixá-lo próximo da gaiola da fêmea com isolamento visual entre as gaiolas, por um período de um mês.
Colocar a gaiola do futuro galador encostado a uma gaiola criadeira vazia com os passadores abertos, para treiná-lo a desenvoltura de passar de uma gaiola para a outra.
Após ele estar acostumado em transpor os passadores das gaiolas, você irá usar três gaiolas - a gaiola do futuro galador, uma gaiola criadeira vazia e uma gaiola criadeira com uma fêmea. Empregue o seguinte método: Encoste a gaiola do macho com a uma gaiola vazia, deixe os passadores aberto e coloque um pedaço de papelão ou outro material entre a gaiola do macho e a gaiola vazia. Encoste a gaiola criadeira com uma fêmea na gaiola vazia, deixando o passador da gaiola da fêmea fechado. Retirando o isolamento visual (papelão) entre as gaiolas, para que o macho adentre na gaiola vazia.
Bem, vamos então ao objetivo propriamente dito, a criação de Curiós.
Agora que você conhece um pouco sobre fêmeas e machos de curiós, vamos aos procedimentos básicos e essenciais, que sem dúvidas poderá levar ao sucesso ou fracasso na criação.
O curió galador e a fêmea que será empregada no acasalamento deverão ser mantidos um em cada gaiola, de forma que não se vejam, somente ousam entre eles o canto do galador e as pialadas da fêmea.
Algumas vezes no dia, passar com a gaiola do galador em frente da gaiola criadeira da fêmea, uma maneira de despertar o interesse mútuo entre fêmea e macho e também incentivar a fêmea em pedir gala.
Colocar material presa na parede interna da gaiola criadeira, a fim de estimular a fêmea a forrar o ninho e a pedir gala. O material mais comum e prático a ser usado, pode ser um pedaço de corda de sisal desfiada, com 10 a 15 cm de comprimento.
O curió galador deverá ser saudável, fogoso e estar com o canto firme. Não precisa necessariamente ter um canto clássico perfeito, seja praia grande ou outro dialeto regional, precisa estar cantando, seja canto clássico, mateiro ou grego.
Para quem quer ter um filhote destinado exclusivamente para o encarte de um canto clássico, com o intuito de treiná-lo para participar de torneios de canto, esse filhote não deverá em hipótese alguma ouvir o pai de canto imperfeito ou com canto em que omite alguma nota. O curió aprende a cantar por imitação e provavelmente aprenda com o pai todos os defeitos de canto.
O mentor e principal responsável pela criação de curiós, além do macho e fêmea obviamente, é o criador.
Fica difícil precisar o momento exato em que a fêmea irá pedir gala, cabe ao criador o senso de observação, geralmente a fêmea pede gala bem cedo ou no final da tarde.
De nada adianta o criador querer forçar uma gala, ou seja, mesmo a fêmea não tendo pedido gala, encostar as gaiolas de macho e fêmea com um isolamento visual (pedaço de papelão) entre as gaiolas e de repente retirar o pedaço de papelão e liberar a passagem do macho para a gaiola da fêmea, achando que vai acontecer a gala.
Para descobrir o momento em que a fêmea irá pedir gala, o criador deverá madrugar próximo da gaiola criadeira da fêmea, geralmente quando o dia começa a nascer e a claridade começa a adentrar pela janela, despertando a fêmea de uma noite de sono.
Nesse momento, o macho também acorda e começa a cantar, isso faz com que a fêmea no momento certo peça a gala.
A fêmea pedindo gala, é o momento exato, coloca-se a gaiola do macho encostada na gaiola criadeira da fêmea, com um pedaço de papelão entre as gaiolas, ambas com o passador aberto. Em seguida, retira-se o isolamento visual entre as gaiolas, teoricamente a fêmea ao ver o macho, pede gala e o macho adentra sorrateiramente na gaiola criadeira e acontece a cópula.
As vezes, a fêmea não pede gala e o macho, assim mesmo adentra na gaiola da fêmea, porém não acontece a gala, apenas uma correria do macho atrás da fêmea, nesse caso, separa-se imediatamente o macho da fêmea, isso implica que a fêmea ainda não está pronta para pedir gala.
Se isso acontecer, não desanime, isso é natural, repita o processo quantas vezes for preciso, por vários dias, até conseguir êxito.
Aí que entra a paciência e tempo disponível do criador, não deu certo no primeiro dia, repita o processo por quantos dias for necessário, até que a gala aconteça. De nada adianta tentar somente um dia e desistir, achando que a fêmea não aceita o galador.
Com determinação e paciência, um dia você conseguirá acasalar macho e fêmea e alcançará o objetivo desejado.
O mesmo processo de acasalamento deve ser empregado a tarde, então lá pelas 16:00 a 17:00 horas, o criador fica na campana, observando o momento exato em que a fêmea peça gala.
Então, amigo criador, se você trabalha todos os dias e só folga nos finais de semana, o único jeito é madrugar todos os dias e ficar na observação do casal todas as manhãs, até conseguir êxito no acasalamento, daí sim poderá ir para o trabalho com a consciência tranqüila da missão cumprida.
Uma gala é suficiente para encher (galar) dois a três ovos, mas para desencargo de consciência, e para garantir, repetir a operação de gala por mais um dia.
Após acontecer a sonhada gala entre o casal de curió, separa-se a fêmea do macho, se possível longe um do outro para que não se vejam e não ousam o canto e pialadas entre eles.
Após a gala, geralmente a fêmea bota o primeiro ovo no segundo dia, sendo dois ovos e raramente três ovos. Após botar o último ovo, ela entra no período de choco, que dura 13 dias até o nascimento dos filhotes. Após nascerem os filhotes, não deve ser colocado o macho junto com a fêmea em hipótese alguma. A fêmea se encarregará de tratar e criar sua prole sozinha.
Após 18 a 20 dias os filhotes abandonam o ninho, dependendo ainda do tratamento da fêmea para alimentá-los. Após 35 a 40 dias os filhotes já estarão se alimentando sozinhos e já podem ser separados da mãe.
Então amigos, como vimos, criar curió não é difícil, é apenas trabalhoso e requer tempo disponível e dedicação assídua do criador. Superar desafios faz parte da vida e nada cai do céu por descuido, isso você pode ter certeza, então vamos encarar essa empreitada, obtendo êxito e alcançado o objetivo desejado.
Muitos criadores se sentem um pouco “pai” dos filhotes que nasceram pelo esforço de seu trabalho em todo o processo, desde o momento da gala até o nascimento dos filhotes. Mais gratificante e prazeroso ainda, é ver e ouvir depois de um tempo esses filhotes cantando um canto clássico perfeito e dizer com orgulho: “ esses filhotes fui eu que reproduzi em ambiente doméstico”!!!
Eu não sou dono da verdade e nem sei tudo sobre curiós, tenho muito que aprender ainda.
Muitos criadores usam outros métodos e técnicas, os quais foram adquiridos empíricamente depois de anos de dedicação à criação de curiós.
Meu caro amigo Criador Amadorista de Passeriformes, marinheiro de primeira viagem, coloco-me a disposição para qualquer eventual dúvida na criação de curió.
Espero ter ajudado!
Boa sorte e sucesso na criação de curiós!
Um grande abraço!
Vilson de Souza – Sorocaba-SP
Mês de setembro chegando, início do período reprodutivo dos curiós, mãos a obra amigos, vamos reproduzir filhotes.
Esse artigo destina-se exclusivamente aos criadores amadores de curió, sem conhecimento nenhum sobre criação de curiós, aos marinheiros de primeira viagem, que estão se iniciando neste hobby apaixonante, que possuem um ou mais fêmeas de curió e um ou mais curiós galadores.
Criar curió é uma arte que requer muita dedicação e tempo do criador, não é difícil, mas requer alguns procedimentos que necessariamente tem que ser adotado para alcançar o tão sonhado sucesso.
Criar canários belgas é relativamente fácil, basta deixar um casal em cada gaiola criadeira e esperar as ninhadas, não requer tantos cuidados do criador.
Já a criação de curiós requer inicialmente muita dedicação e tempo disponível do criador, além de que sejam adquiridas fêmeas de curió jovens e saudáveis, dando a elas uma alimentação balanceada, trocar a água todos os dias, de preferência água filtrada ou mineral, verduras uma a duas vezes por semana, tipo couve, almeirão, chicória e milho verde.
Duas vezes por semana durante o período de manutenção e todos os dias durante o período reprodutivo, gema de ovo cozido durante 20 minutos, moído com um garfo ou passado em uma peneira de chá na farinhada industrializada, encontrada a venda em casa que vende produtos para pássaros. A medida é uma colher de farinhada para cada gema de ovo cozido, devendo ser preparada a mistura todos os dias e ser substituído a cada 6 horas. Nunca servir mistura de gema de ovo/farinhada do dia anterior.
As fêmeas de curió devem ficar em um lugar sossegado da casa, ou seja, em um cômodo onde não haja barulho, tipo TV ligada, rádios ou CD Player ligados com som alto, crianças fazendo algazarras ou animais domésticos (cães, gatos). Se possível em um cômodo da casa destinada somente para esse fim.
Todos os dias de sol, colocar as fêmeas durante uma hora, de preferência bem cedo para tomar banho de sol. Os raios solares produzem Vitamina D aos pássaros, essencial para todos os pássaros e principalmente para fêmeas criadeiras.
Colocar sobre a gaiola um pedaço de pano ou papelão, para que faça sombra em parte da gaiola, pois em caso de sol muito quente o pássaro saberá o momento certo de ficar no sol ou na sombra.
Saliento aos amigos criadores, que nem sempre as fêmeas são todas boas criadeiras, algumas fêmeas tem manias e atitudes atípicas, ou seja, são agressivas e não aceitam o galador; não pedem gala; botam fora do ninho; botam e não chocam os ovos; comem os ovos; derrubam os ovos ao sair bruscamente do ninho; chocam os ovos e após nascer os filhotes não os alimenta, e até o caso de uma fêmea de um amigo meu que chocava os ovos durante o dia e a noite abandonava o ninho para dormir no poleiro, vindo a *“gorar” os ovos galados.
*Gorar: por falta de calor, os filhotes não se desenvolvem e morrerem no ovo.
Nesses casos, fêmea que bota e não choca os ovos, pode ser migrado tais ovos para outra fêmea que esteja chocando.
Fêmea que não alimentam os filhotes pode ser substituída por outra fêmea de curió que seja boa tratadeira (mãe de leite), a qual alimentará os filhotes até eles começarem a se alimentar sozinhos.
Para fêmea que derrubam os ovos ao sair bruscamente do ninho, pode ser usado ninhos com uma profundidade maior.
Mas cada caso é um caso e geralmente as fêmeas mansas acostumadas com o ambiente doméstico onde vivem e alimentadas adequadamente, são boas criadeiras.
Durante o período reprodutivo, ministrar as fêmeas vitamina E, encontrado a venda em comércios onde vendem produtos para pássaros. Ministrar conforme indicação da bula.
Lembre-se sempre amigo, fêmeas boas criadeiras não estão à venda. Criadores que possuem fêmeas boas criadeiras não disponibilizam a venda. O essencial é adquirir fêmeas filhotas, até três meses de idade e com paciência, esforço e dedicação, prepará-las para serem em um ano boas fêmeas criadeiras.
Quanto ao curió galador, tem que estar preto, em torno de um ano e três meses de idade. A idade essencial para um curió se destacar como um exímio galador é a partir dos quatro anos de idade, porém nada impede de curiós com idade inferiores a isso serem empregados como galadores. Há casos de curiós pardos que são galadores, raras exceções, tudo depende do libido e genética do pardo.
Há curiós pretos, que mesmo sendo excelentes no canto, não são galadores. Isso pode ter sido ocasionado devido a excesso de produtos vitamínicos ministrados a ele, que o deixou estéril, por isso, não ministre exageradamente medicamentos ou polivitamínicos ao seu curió, pois poderá deixá-lo impotente (estéril). Essa dica serve também às fêmeas. Outro caso para curió preto não ser galador, caso mais comum, prende-se ao fato de ter sido colocado com fêmea agressiva, que na tentativa de galar, é agredido por ela, isso faz com que esse curió fique intimidado e nunca mais na vida tenha coragem de galar uma fêmea.
Para dar um curso de formação ao curió galador é relativamente fácil, basta criar o filhote macho sem ver fêmeas de curió até ficar pintado ou maracajá. Após isso, mostrar ele a fêmea por alguns minutos durante o dia e em seguida deixá-lo próximo da gaiola da fêmea com isolamento visual entre as gaiolas, por um período de um mês.
Colocar a gaiola do futuro galador encostado a uma gaiola criadeira vazia com os passadores abertos, para treiná-lo a desenvoltura de passar de uma gaiola para a outra.
Após ele estar acostumado em transpor os passadores das gaiolas, você irá usar três gaiolas - a gaiola do futuro galador, uma gaiola criadeira vazia e uma gaiola criadeira com uma fêmea. Empregue o seguinte método: Encoste a gaiola do macho com a uma gaiola vazia, deixe os passadores aberto e coloque um pedaço de papelão ou outro material entre a gaiola do macho e a gaiola vazia. Encoste a gaiola criadeira com uma fêmea na gaiola vazia, deixando o passador da gaiola da fêmea fechado. Retirando o isolamento visual (papelão) entre as gaiolas, para que o macho adentre na gaiola vazia.
Bem, vamos então ao objetivo propriamente dito, a criação de Curiós.
Agora que você conhece um pouco sobre fêmeas e machos de curiós, vamos aos procedimentos básicos e essenciais, que sem dúvidas poderá levar ao sucesso ou fracasso na criação.
O curió galador e a fêmea que será empregada no acasalamento deverão ser mantidos um em cada gaiola, de forma que não se vejam, somente ousam entre eles o canto do galador e as pialadas da fêmea.
Algumas vezes no dia, passar com a gaiola do galador em frente da gaiola criadeira da fêmea, uma maneira de despertar o interesse mútuo entre fêmea e macho e também incentivar a fêmea em pedir gala.
Colocar material presa na parede interna da gaiola criadeira, a fim de estimular a fêmea a forrar o ninho e a pedir gala. O material mais comum e prático a ser usado, pode ser um pedaço de corda de sisal desfiada, com 10 a 15 cm de comprimento.
O curió galador deverá ser saudável, fogoso e estar com o canto firme. Não precisa necessariamente ter um canto clássico perfeito, seja praia grande ou outro dialeto regional, precisa estar cantando, seja canto clássico, mateiro ou grego.
Para quem quer ter um filhote destinado exclusivamente para o encarte de um canto clássico, com o intuito de treiná-lo para participar de torneios de canto, esse filhote não deverá em hipótese alguma ouvir o pai de canto imperfeito ou com canto em que omite alguma nota. O curió aprende a cantar por imitação e provavelmente aprenda com o pai todos os defeitos de canto.
O mentor e principal responsável pela criação de curiós, além do macho e fêmea obviamente, é o criador.
Fica difícil precisar o momento exato em que a fêmea irá pedir gala, cabe ao criador o senso de observação, geralmente a fêmea pede gala bem cedo ou no final da tarde.
De nada adianta o criador querer forçar uma gala, ou seja, mesmo a fêmea não tendo pedido gala, encostar as gaiolas de macho e fêmea com um isolamento visual (pedaço de papelão) entre as gaiolas e de repente retirar o pedaço de papelão e liberar a passagem do macho para a gaiola da fêmea, achando que vai acontecer a gala.
Para descobrir o momento em que a fêmea irá pedir gala, o criador deverá madrugar próximo da gaiola criadeira da fêmea, geralmente quando o dia começa a nascer e a claridade começa a adentrar pela janela, despertando a fêmea de uma noite de sono.
Nesse momento, o macho também acorda e começa a cantar, isso faz com que a fêmea no momento certo peça a gala.
A fêmea pedindo gala, é o momento exato, coloca-se a gaiola do macho encostada na gaiola criadeira da fêmea, com um pedaço de papelão entre as gaiolas, ambas com o passador aberto. Em seguida, retira-se o isolamento visual entre as gaiolas, teoricamente a fêmea ao ver o macho, pede gala e o macho adentra sorrateiramente na gaiola criadeira e acontece a cópula.
As vezes, a fêmea não pede gala e o macho, assim mesmo adentra na gaiola da fêmea, porém não acontece a gala, apenas uma correria do macho atrás da fêmea, nesse caso, separa-se imediatamente o macho da fêmea, isso implica que a fêmea ainda não está pronta para pedir gala.
Se isso acontecer, não desanime, isso é natural, repita o processo quantas vezes for preciso, por vários dias, até conseguir êxito.
Aí que entra a paciência e tempo disponível do criador, não deu certo no primeiro dia, repita o processo por quantos dias for necessário, até que a gala aconteça. De nada adianta tentar somente um dia e desistir, achando que a fêmea não aceita o galador.
Com determinação e paciência, um dia você conseguirá acasalar macho e fêmea e alcançará o objetivo desejado.
O mesmo processo de acasalamento deve ser empregado a tarde, então lá pelas 16:00 a 17:00 horas, o criador fica na campana, observando o momento exato em que a fêmea peça gala.
Então, amigo criador, se você trabalha todos os dias e só folga nos finais de semana, o único jeito é madrugar todos os dias e ficar na observação do casal todas as manhãs, até conseguir êxito no acasalamento, daí sim poderá ir para o trabalho com a consciência tranqüila da missão cumprida.
Uma gala é suficiente para encher (galar) dois a três ovos, mas para desencargo de consciência, e para garantir, repetir a operação de gala por mais um dia.
Após acontecer a sonhada gala entre o casal de curió, separa-se a fêmea do macho, se possível longe um do outro para que não se vejam e não ousam o canto e pialadas entre eles.
Após a gala, geralmente a fêmea bota o primeiro ovo no segundo dia, sendo dois ovos e raramente três ovos. Após botar o último ovo, ela entra no período de choco, que dura 13 dias até o nascimento dos filhotes. Após nascerem os filhotes, não deve ser colocado o macho junto com a fêmea em hipótese alguma. A fêmea se encarregará de tratar e criar sua prole sozinha.
Após 18 a 20 dias os filhotes abandonam o ninho, dependendo ainda do tratamento da fêmea para alimentá-los. Após 35 a 40 dias os filhotes já estarão se alimentando sozinhos e já podem ser separados da mãe.
Então amigos, como vimos, criar curió não é difícil, é apenas trabalhoso e requer tempo disponível e dedicação assídua do criador. Superar desafios faz parte da vida e nada cai do céu por descuido, isso você pode ter certeza, então vamos encarar essa empreitada, obtendo êxito e alcançado o objetivo desejado.
Muitos criadores se sentem um pouco “pai” dos filhotes que nasceram pelo esforço de seu trabalho em todo o processo, desde o momento da gala até o nascimento dos filhotes. Mais gratificante e prazeroso ainda, é ver e ouvir depois de um tempo esses filhotes cantando um canto clássico perfeito e dizer com orgulho: “ esses filhotes fui eu que reproduzi em ambiente doméstico”!!!
Eu não sou dono da verdade e nem sei tudo sobre curiós, tenho muito que aprender ainda.
Muitos criadores usam outros métodos e técnicas, os quais foram adquiridos empíricamente depois de anos de dedicação à criação de curiós.
Meu caro amigo Criador Amadorista de Passeriformes, marinheiro de primeira viagem, coloco-me a disposição para qualquer eventual dúvida na criação de curió.
Espero ter ajudado!
Boa sorte e sucesso na criação de curiós!
Um grande abraço!
Vilson de Souza – Sorocaba-SP
Parabéns pela explicações sobre a reprodução de curiós.
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