O periquito foi trazido para a Europa pela primeira vez pelo explorador e naturalista John Gould em 1840, tornando-se imediatamente uma ave muito popular. De facto, quarenta anos mais tarde os estabelecimentos comerciais de criação, que possuíam mais de 100 mil exemplares, procuravam satisfazer uma procura cada vez maior no continente europeu. As mutações de cor começaram a surgir nos finais do século XIX, aumentando a beleza dos periquitos; as novas cores constituíam uma novidade e representavam lucros financeiros consideráveis para os criadores que tinham a sorte de conseguir criar estas aves. As ex-posições abertas ao público, aliadas à criação do Budgerigar Club (designação que foi alterada mais tarde para Budgerigar Society) em 1925, na Grã-Bretanha, chamaram a atenção de uma camada mais vasta da população para estas aves, cuja popularidade depressa ultrapassou a dos canários. O periquito é, actualmente, o pássaro doméstico mais comum em todo o mundo, existindo milhões de exemplares como aves de estimação, de aviário e de exposição.
Os periquitos são pássaros que se adaptam com facilidade a qualquer meio; o seu habitat natural são as terras áridas e geralmente inóspitas da Austrália. A criação destas aves é fácil, visto serem pouco exigentes em termos de alimentação, mesmo durante o período de reprodução. Ao contrário do que sucede com muitos outros membros da família dos Psitacídeos, estas aves não são barulhentas, não deixando, porém, de ser capazes de reproduzir os sons da voz humana. A sua boa disposição e docilidade natural despertam o carinho das pessoas de todas as idades. Embora possam infligir uma bicada dolorosa se forem manuseados sem o devido cuidado, os periquitos podem ser facilmente chamados à atenção sempre que for necessário e não constituem perigo para as crianças. Além disso, e ao contrário do que sucede com alguns periquitos da Austrália, adaptam-se bem à vida numa gaiola e podem viver oito anos ou mais.
Quer esteja à procura de um pássaro doméstico ou a pensar em instalar um aviário no jardim, verificará que a criação de periquitos é um passatempo relaxante e gratificante. Até se pode dar o caso de decidir levar os seus periquitos às exposições, à medida que o seu interesse por estas aves for aumentando!
Na maior parte dos casos é preferível adquirir um exemplar jovem. Além de ser mais barato do que um adulto, aprende com mais facilidade; os periquitos que saíram recentemente do ninho costumam pousar sem muita hesitação num dedo colocado em paralelo com o poleiro, desde que não tenham sido sujeitos a stress.
Além da distinção básica em termos de pigmentação da cera que cobre a parte superior do bico, existem outras características importantes para se determinar a idade relativa de um periquito. Comece por observar os olhos da ave, os quais devem apresentar-se firmes e escuros num exemplar jovem, sem vestígios da íris branca que aparece à volta dos olhos dos exemplares adultos. A íris só se torna visível quando a ave se aproxima das 12 semanas de idade.
As marcas situadas na cabeça de um periquito jovem são igualmente distintas, sobretudo nas espécies designadas por «variedades normais». O padrão formado pelas estrias onduladas e mais escuras da plumagem, as quais se prolongam até à cera que cobre a parte superior do bico, e o padrão de barras situado na fronte fizeram com que a designação de «cabeça estriada» fosse aplicada aos periquitos jovens. Este padrão desaparece após a primeira mudança de penas e é substituído por uma plumagem sem manchas.
Também deve ser possível observar as manchas que formam a já referida «máscara» na cabeça. Nos exemplares jovens, estas manchas são relativamente pequenas e mais alongadas do que nos adultos, tornando-se muito mais notórias nas aves mais velhas. Mas em algumas das espécies de cores claras, nomeadamente no Iutino e nos multicor recessivos, esta característica pode não ser visível devido à ausência total ou parcial da melanina, a substância que dá origem à pigmentação escura.
Embora a existência de pernas com um aspecto fortemente escamado revele que estamos em presença de um periquito de idade avançada, é praticamente impossível determinar com precisão a idade de uma ave adulta; nestes casos, só nos resta confiar na honestidade do vendedor. Mas, se comprar o periquito a um avicultor, é provável que os pássaros possuam anilha de identificação. As anilhas fechadas, que só podem ser colocadas nos animais de tenra idade que ainda não saíram do ninho, são um indicador seguro da idade do periquito. Na anilha encontra-se inscrito o ano de nascimento da ave, podendo apresentar igualmente um número de ordem, as iniciais do criador e os dados do clube. As anilhas abertas são utilizadas sobretudo para efeitos de identificação.
No entanto, em algumas mutações, como os lutinos ou os albinos, por exemplo, a determinação da idade é bastante mais difícil, uma vez que, como as aves não apresentam qualquer marcação de cor preta (são todas amarelas ou todas brancas), dos factores acima, o único que se poderá aplicar é o da íris do olho. Nestas mutações, se tivermos em consideração a cor da cera, os machos parecerão eternamente jovens, uma vez que a cera fica sempre cor de rosa. Consulte aqui como determinar o sexo dos periquitos, e verifique as diferenças na cor da cera do bico dos machos.
Existem no mercado uma grande variedade de sementes para alimentação de aves.
No entanto, algumas sementes não devem ser oferecidas a algumas aves. Existe assim duas possibilidades para aves granívoras que necessitem de uma mistura de sementes para obterem uma alimentação equilibrada: ou compramos as misturas que já existem preparadas no mercado ou cada criador faz a sua própria mistura.
Eis as várias sementes que podem ser oferecidas aos periquitos. Tenha em atenção que o excesso de algumas das sementes abaixo indicadas pode ser prejudicial ás aves.
Já aqui tinha falado das sementes que podemos dar aos periquitos.
No entanto, não devemos basear a alimentação das nossas aves apenas numa ou duas dessas sementes. Devemos conseguir uma misturas de todas essas sementes, de forma equilibrada, fazendo assim face a todas as necessidades dos periquitos.
Eis as misturas de sementes utilizadas por alguns criadores conhecidos e por mim.
Se tiver alguma dúvida em relação ás sementes aqui mencionadas consulte o artigo sobre Sementes.
Mistura utilizada pelo famoso criador alemão Leo Endres:
Milho Alvo Branco | 38% |
Alpista | 33% |
Milho Alvo Japonês | 15% |
Aveia Descascada | 11% |
Niger | 3% |
—–100% |
Mistura de Jo Mannes, 10 vezes campeão europeu:
Alpista | 50% |
Milho Alvo Branco | 20% |
Milho Alvo Japonês | 20% |
Milho Alvo Amarelo | 5% |
Painço Amarelo | 5% |
—–100% |
Mistura clássica inglesa:
Alpista | 50% |
Milho Alvo Branco | 25% |
Milho Alvo Amarelo | 25% |
—–100% |
Pessoalmente, eu dou às minhas aves as misturas de sementes normais que se podem encontrar nas casas da especialidade durante a época de repouso/manutenção e, na época da criação, por cada Kg dessa mistura adiciono 1Kg de Alpista, uma vez que, na generalidade as misturas de sementes já preparadas são muito pobres em Alpista, para não falar daquelas em que existe ausência total de Alpista.
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