Dois fósseis encontrados no Leste Africano, na região de falhas geológicas conhecida como Vale do Rift, fornecem novas pistas para a história da evolução humana. Os fósseis são os mais antigos já encontrados de dois grandes grupos de primatas, os hominídeos (Hominidae), como chimpanzés e humanos, e os chamados macacos do Velho Mundo (Cercopithecidae), que incluem babuínos e animais do gênero Macaca.
Análises geológicas do local em que os fósseis foram encontrados indicam que eles têm 25,2 milhões de anos, significantemente mais antigos do que os fósseis que já haviam sido documentados em ambos os grupos.
Os fósseis foram encontrados na Bacia Rukwa Rift, no sudoeste da Tanzânia. Um deles, uma mandíbula com diversos dentes preservados, foi atribuído aoRukwapithecus fleaglei, um hominídeo ancestral, e o outro, um único dente, que os pesquisadores acreditam ser o terceiro molar inferior (um dente do siso), foi atribuído aoNsungwepithecus gunnelli, um Cercopithecidae primitivo. Ambos viveram durante oOligoceno, época geológica que vai de 34 a 23 milhões de anos atrás.
Antes desta descoberta, os fósseis mais antigos das linhagens Hominidae eCercopithecidae datavam do início do Mioceno, período entre 23,8 milhões e 5,3 milhões de anos atrás.
SEPARAÇÃO EVOLUTIVA
O estudo dos fósseis, publicado online nesta quarta-feira na revista Nature, relata pela primeira vez que as duas linhagens já estavam evoluindo separadamente. "O final do Oligoceno é um dos períodos com menos amostras da história da evolução dos primatas", afirma Nancy Stevens, paleontóloga da Universidade de Ohio e integrante da equipe de pesquisadores que encontrou os fósseis.
A descoberta fornece pela primeira vez pistas concretas que podem confirmar a hipótese de que as duas linhagens de primatas se separaram evolutivamente entre 25 e 30 milhões de anos atrás, conforme estimam os especialistas
Fonte:Planeta Sustentável
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