segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ararinha-azul: inseminação artificial ajuda espécie extinta na natureza a voltar à Caatinga

Os primeiros filhotes de ararinha azul ganham vida através de técnica que pode aumentar o sucesso reprodutivo das aves

























O Plano de Ação Nacional para Conservação da Ararinha-azul, coordenado pelo ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, acaba de ganhar um reforço na luta para devolver a espécie, extinta na natureza, à Caatinga. A AWWP - Al Wabra Wildlife Preservation - instituição que mantém um programa de reprodução em cativeiro para as aves no Qatar e é parceira do Projeto Ararinha na Natureza - anunciou o nascimento dos primeiros filhotes da arara mais ameaçada do mundo a partir da inseminação artificial. A técnica pode aumentar o sucesso reprodutivo das aves.

O sêmen de machos selecionados foi coletado e examinado por pesquisadores da AWWP e da Parrot Reproduction Consulting. As amostras viáveis foram inseridas nos ovidutos de fêmeas que estavam prontas para serem fecundadas. Sete ovos foram gerados e transferidos para uma incubadora imediatamente após a postura. Depois de sete dias foi constatado que dois deles continham embriões em desenvolvimento. Os ovos férteis foram separados e monitorados diariamente. Após 26 dias de incubação os filhotes nasceram.

"Há cinco anos, a inseminação artificial para a ararinha-azul era algo impossível. Graças aos esforços da Al Wabra Wildlife Preservation e da Parrot Reproduction Consulting esse feito se tornou realidade e nos deixa mais perto de reintroduzir a ararinha-azul na natureza", destacou o coordenador de espécies ameaçadas do ICMBio, Ugo Vercillo. Para ele, a inseminação artificial da ave é um grande passo no processo de reintrodução da espécie na Caatinga.
O primeiro filhote foi batizado de Neumann, uma homenagem ao veterinário Daniel Neumann, membro da Parrot Reproduction Consulting e especialista em reprodução do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul. "Já realizei muitas inseminações artificiais em psitacídeos nos últimos anos, mas nenhuma foi tão especial quanto essa com as ararinhas-azuis. Ainda garoto, acompanhei o desaparecimento da última ararinha-azul na natureza e era meu sonho estar envolvido com a conservação desta espécie. Agora fui a pessoa que realizou a primeira inseminação artificial com sucesso. Ainda é difícil entender, mas isto me faz bem", conta o pesquisador emociona.

A AWWP espera repetir a técnica de reprodução no Brasil em parceria com a Nest - responsável por dez dos onze indivíduos no país - e o governo brasileiro. Se tudo correr bem, a ararinha-azul poderá sair da lista de animais extintos na natureza e voltar a colorir os céus da Caatinga.

Fonte:Planeta Sustentável.

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